domingo, 17 de maio de 2009

Wolverine x Star Trek – contém spoilers!

No início do mês, dois longa-metragens mega nerds deram as caras no cinema. Primeiro surgiu o nosso estimado mutante Logan, com suas garras afiadas e personalidade pouco agradável. Na seqüência, foi a vez de ‘Star Trek’, dirigido pelo cineasta mais geek do momento, J.J. Abrams.

Wolverine’ saiu e ainda está na frente nas bilheterias americana, britânica e brasileira. A comunidade nerd, entretanto, e os fãs de quadrinhos em geral, fizeram críticas pesadas à produção estrelada por Hugh Jackman, e elogios rasgados à nova aventura da Enterprise.

A minha opinião, acreditem, está mais alinhada ao mainstream. E justamente por ter tido uma percepção diferente à dos colegas nerds, decidi escrever este post. Afinal, sempre acreditei que essa é a função primária dos blogs: ser um espaço democrático em que cada um pode mostrar a sua visão, abrindo o assunto ao debate.

Antes de tudo, quero deixar claro que minha intenção não é desrespeitar opiniões diferentes e muito menos polemizar. Nunca fui um sujeito polêmico e não vejo motivo para tal. Aliás, penso que a maioria (não todos) daqueles que gostam de gerar polêmica o fazem porque não são capazes de aparecer pelo próprio talento. É lógico que há exceções.

Bem, vamos aos filmes. Lembre-se: CONTÉM SPOILERS!

X-MEN ORIGENS: WOLVERINE

De início, eu nem queria assistir ‘Wolverine’. Falaram tão mal que eu estava disposto a evitar as salas a todo custo. Mas num sábado de ócio, logo na estreia, acabei me rendendo e fui ao cinema.

Confesso que não guardava grandes expectativas, já que nunca havia lido um só quadrinho solo do Wolverine. Conhecia ele por meio das revistas dos X-Men, do desenho animado dos anos 90 e dos filmes.

O que eu esperava quando as luzes se apagaram era nada mais do que pancadaria, ação e a aparição especial de vários heróis, mesmo que rapidamente, que fizeram parte do passado de Logan. E foi EXATAMENTE isso o que eu encontrei!

Como jornalista e escritor, sei como é importante trabalhar um bom roteiro. Mas algumas vezes você simplesmente prefere (ou necessita) desligar o seu cérebro e ingressar por duas horas em um mundo de porradaria insana. O resultado é um filme divertidíssimo, que te gruda na cadeira do início ao fim e quase não te dá chance de respirar.

Entenda que, nesse tipo de blockbuster, você não pode se preocupar muito se o roteiro tem furos ou incoerências. É a filosofia “Indiana Jones 4: o cara se tranca numa geladeira e resiste a uma bomba nuclear. Incoerente? Sim, mas quem se preocupa?

Hugh Jackman x Batman

O ponto alto é definitivamente a atuação de Hugh Jackman. Ele rouba a cena e cria um personagem tão forte que eclipsa tanto coadjuvantes quanto vilões.

O Wolverine de ‘Origens’ é certamente o super-herói mais bacana e durão do cinema atual, fazendo Batman de ‘Dark Night’ parecer uma moça. Ao explodir o helicóptero e matar o Agente Zero a sangue frio, Gavin Hood (diretor) faz o que nem o psicótico Homem-Morcego teve coragem de fazer em ‘O Cavaleiro das Trevas’.

É fato que a ação atropela o roteiro, e esse detalhe foi o que fez muita gente detestar ‘Wolverine’. Mas é possível, sim, tomar isso como uma coisa boa. Uma cena emblemática é a luta entre Wolvie e Blob. É claro que haveria muitas outras maneiras de Logan conseguir a informação que procurava. Mas qual, em um filme de ação como esse, seria melhor do que entrar no ringue e partir para a briga?

Aos que ainda não assistiram, a dica é essa: preparem-se para ver muita pancadaria, aventura e ação. Aos que já assistiram e não gostaram, recomendo revisitarem a obra quando sair em DVD, com uma nova mentalidade. Aos que, como eu, assistiram e gostaram, fico feliz que tentam saído satisfeitos do cinema.

» Fotos da coletiva de imprensa com Hugh Jackman, no Rio

STAR TREK

Se você é um espectador comum, primeiro entenda o seguinte. Eu sou um fã chato de Star Trek, e às vezes até um pouco radical (olha o Kirk aí no header). Isso quer dizer que não sou parâmetro para o público em geral. Continue lendo por sua conta e risco.

Analisando friamente, Star Trek é um bom filme, não tem como negar. Se você não é fã antigo, provavelmente vai adorar. Mas para um fanático pela série clássica, como eu, a produção decepciona, por vários motivos.

Agora vem uma opinião muito particular: não engoli até agora a premissa. Fui ao cinema esperando ver os personagens que aprendi a gostar, e no entanto me deparei com uma tripulação “alternativa”, de um universo paralelo, onde eventos que por anos consideramos como certos simplesmente não aconteceram. Novamente: tudo é expectativa.

Os entusiastas que me desculpem, mas para quem passou décadas com a imagem lógica, fria e calculista de Leonard Nimoy é um pouco difícil aceitar um Spock raivoso, impulsivo e apaixonado (???). Além disso, a destruição de Vulcano é um sacrilégio.

Coincidências e incoerências

A bizarra série de coincidências no roteiro também incomoda. Tudo acontece muito rápido, sem explicação. Numa nave com 500 pessoas, o único apto a comandar a Enterprise era logo o jovem Kirk, que passava por problemas na frota e entrou de gaiato na missão? Scotty, encontrado há 20 minutos numa fossa espacial torna-se de uma hora para outra o engenheiro mais importante da ponte? Kirk é lançado num planeta gelado, tropeça numa caverna e encontra o velho Spock (how convenient!).

Aliás, a decisão de Spock (Zachary Quinto) de expelir o futuro capitão para um planeta afastado é no mínimo absurda. Mais lógico seria isolá-lo na área de detenção. Na história da frota, nem os articuladores dos mais violentos motins a bordo foram ejetados – até o terrível Khan foi poupado deste castigo.

No final, a impressão que ficou (para mim) é que J.J. Abrams poderia ter dirigido um filme maravilhoso alterando coisas simples. Com isso, ele faria uma aventura como nenhuma outra, e manteria viva a personalidade de nosso querido Spock, além de salvar o valoroso planeta Vulcano na aniquilação final.

A ideia do universo alternativo é preguiçosa, de alguém que simplesmente não quer se comprometer: “posso fazer o que quiser que nenhum fã maluco poderá me questionar”. Faltou coragem de dar a cara a tapa e paciência de sentar e bolar uma história coerente como tudo o que já foi feito anteriormente sobre Star Trek.

Se você for capaz de abstrair isso (o universo paralelo), coisa que eu não fui, garanto que vai se divertir um bocado.

Aplausos vigorosos para o elenco (todos estão muito bem), equipe de efeitos especiais, trilha sonora, direção de arte, maquiagem, edição e figurino.

MUDANDO DE ASSUNTO

Para quem ficou interessado no RPG de “A Batalha do Apocalipse, rolou neste fim de semana um jogo fechado, para preparar os mestres para a grande jogatina, que será aberta a todos. Várias regras foram mexidas. Ainda esta semana posto aqui as modificações e o download para o livro 0.2.

sábado, 2 de maio de 2009

A Batalha do Apocalipse RPG – Versão 0.1

Começam no final deste mês as sessões de playtest do RPG baseado no romance “A Batalha do Apocalipse. O jogo será distribuído gratuitamente pela internet, e estará aberto à colaboração de jogadores e mestres.

A edição prévia do livro de regras já está disponível online, para quem quiser testar. Em breve darei upload de um segundo livro, com a ambientação e o cenário.

Atenção à advertência. O jogo ainda está incompleto e as regras, toscas. Justamente por isso, esta é a versão 0.1 - e não a 1.0. Trata-se apenas de um rascunho que precede o lançamento.

» Baixe aqui o livro de regras
» Baixe aqui a ficha de personagem

Clique no link para visualizar o pdf ou em “Save Target As”, com o botão direito do mouse, para baixar o arquivo.

Como este RPG foi desenvolvido para ser utilizado apenas por um grupo fechado (no caso, o meu), não nos preocupamos muito com a originalidade. O resultado foi um sistema que mistura regras do d20 System e da White Wolf.

Assim, convido todos a ler, jogar, criticar, dar idéias e melhorar o sistema. Para tal, podem usar os comentários do post, o tópico do Orkut (clique aqui) ou escrever diretamente para mim (eduardo.spohr@gmail.com).

Anunciarei no blog, no Orkut e no Twitter as datas dos jogos de teste. Se você quer participar, fique ligado! E para quem perguntou sobre o romance “A Batalha do Apocalipse”, tudo o que eu posso dizer por enquanto é que em breve teremos boas notícias. Aguardem :-)