
Estendendo os comentários feitos no podcast, bato na tecla de que a linguagem usada por Zack Snyder – mistura de arte impressionista e videoclipe – representa uma tendência do cinema para o futuro.
O impressionismo nas artes plásticas chutou o balde do realismo e decidiu retratar mais as i

Da mesma forma, obras como ‘Watchmen’ recriam o espaço à sua volta em favor da necessidade do filme, em detrimento à realidade. Por que fazer uma filmagem aérea da cidade se você pode recriá-la no computador?
Assim, a impressão que fica é que aquela Nova York não é bem uma cidade real, que experimentamos com os nossos sentidos, mas uma reprodução onírica do mundo em que estamos vivendo agora.
'300' e ‘Sin City’ são outros exemplos desta tendência, por questões lógicas. Mas, veja, há um lampejo disso também em ‘Gladiador’, que reproduziu um Coliseu muito mais espantoso do que foi na verdade - quem já esteve em Roma sabe que as proporções do teatro são impressionantes, mas não como mostradas no longa de Ridley Scott.
No outro extremo, a velocidade dos videoclipes dá o ritmo ao filme, não só nas cenas de ação. Transforma a obra numa verdadeira peça audiovisual, misturando imagem, som e efeitos sonoros numa sinfonia perfeita, também com seus momentos de lentidão, como num concerto.
Se a tendência cinematográfica reproduzida por Snyder em ‘Watchmen’ vai pegar ou não, é uma coisa que só o tempo e o público podem dizer. Fico pensando o que será que Claude Monet diria disso tudo.