quarta-feira, 30 de junho de 2010

“A Batalha do Apocalipse” – edição Verus / Record x edição NerdBooks

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Saudações, pessoal!

Este post tem, primeiramente, o objetivo de anunciar que A Batalha do Apocalipse” já está nas livrarias de todo o Brasil. A obra, lançada inicialmente pela NerdStore, a loja virtual do site Jovem Nerd, agora chega às prateleiras por meio do Grupo Editoral Record, através do selo Verus.

Antes se prosseguir, é importante fazer aqui um agradecimento a TODOS os leitores, nerds ou não, que tornaram este sonho possível. Durante quase três anos a galera se empolgou, passou email para as editoras, recomendou aos amigos, comprou exemplares para dar de presente, participou de discussões na Internet, tuitou, foi aos eventos e deu a maior força. Ao todo, vendemos exatamente 4.600 unidades, só pela web – uma vitória para uma edição independente e para um autor estreante.

Com os exemplares da NerdBooks esgotados, muitos me perguntaram qual são as diferenças entre a edição independente e a versão da Record. Abaixo, detalharei os principais pontos.


CAPA

A edição das livrarias propõe um retorno à capa clássica, mas com título em horizontal. Embora a imagem dos anjos lutando com espadas de fogo feita pelo talentosíssimo Harald Stricker (Android) seja uma verdadeira obra de arte, a editora julgou que o desenho dava um ar infanto-juvenil ao romance, e o associava ao nicho nerd – o objetivo agora é vender para o público em geral.

A capa é fosca, com título brilhante e as orelhas têm o mesmo texto da versão da NerdBooks.



PRIMEIRAS PÁGINAS

A edição da Verus / Record replica a imagem da capa em PB nas páginas 1 e 3. Antes, as primeiras folhas são pretas, com o título em branco. Veja na imagem acima.

A versão contém ainda sumário – indicando prólogo, capítulos, glossário e linha do tempo.


TEXTO

Não houve alteração de história. Contudo, o texto foi aprimorado a partir das críticas que vários leitores fizeram sobre a edição da NerdBooks.

Primeiro: a obra passou por uma revisão, que eliminou os pequenos erros de digitação e ortografia que naturalmente acabam passando quando o autor edita o próprio livro.



Segundo: os leitores criticaram muito as constantes repetições de conceito que havia ao longo da narrativa, as repetidas explicações sobre o tecido da realidade, as castas de anjos e o livre-arbítrio. Essas repetições excessivas foram eliminadas em prol da fluidez literária. O glossário continua, para esclarecer quaisquer dúvidas que se tenha ao longo da história.

Terceiro: Excessos de adjetivos foram eliminados e termos prolixos foram substituídos. Eu mesmo fiz essas modificações, então não se preocupem porque isso não prejudicou o estilo de escrita – pelo contrário: o texto ficou mais acessível ao público em geral.

DIAGRAMAÇÃO

Letras: O principal destaque da diagramação são as letras, que aumentaram de tamanho. Muita gente reclamou que a tipologia anterior era muito pequena, e eu concordo. O problema era que, ao aumentá-la, aumentaria também a quantidade de páginas, encarecendo o produto para os nerds. Não queríamos aumentar o preço, por isso mantivemos letras pequenas. Como a tiragem da Verus foi muito maior, eles puderam finalmente ampliar a fonte e manter um preço bom. A quantidade total de páginas é 588, contra 560 da NerdBooks.



Papel: Outra coisa bacana da nova edição é o papel. Usamos o chamois, que é um papel mais amarelado, considerado mais nobre porque reflete menos a luz do que o branco, e cansa menos a vista. Este é papel padrão usado pela Record. Quem tiver em casa qualquer livro do Bernard Cornwell, pode pegar e conferir. Ele também é mais grosso (80 g/m2), encorpando o volume.

Projeto gráfico: O projeto gráfico do miolo (páginas internas) está incrivelmente melhor, até porque fui eu que diagramei a edição da NerdBooks, no meu velho Pagemaker. É impressionante a diferença quando um profissional faz o trabalho. O alinhamento está perfeito, e há separações de sílaba para quebra de linha.

PREÇOS

O preço de capa sugerido é R$ 39,90, mas já há lojas vendendo por R$ 31,90 e até por R$ 29,99. Você pode comprar nas lojas online ou em qualquer livraria.

NÃO ACHOU NAS LIVRARIAS?

Se você não achar ABdA nas livrarias de sua cidade, reclame com o gerente e nos avise! O Grupo Editoral Record conta com o melhor sistema de distribuição do país, e teoricamente o romance deve estar em todas as prateleiras, até do Acre!

AUTÓGRAFOS

Já há sessões de autógrafos programadas para o Rio de Janeiro e São Paulo. Em breve também em outras cidades do Brasil. Espero ver todos lá. Programem suas agendas ;-)

Rio de Janeiro – Dia 30/07, sexta-feira, às 19h, na livraria Saraiva do Rio Sul.

São Paulo – Dia 21/08, sábado, às 15h, no stand da Record, Bienal do Livro de SP.

DÚVIDAS?

Se você ainda tem dúvidas sobre a nova tiragem, me escreva ou faça um comentário neste post que eu te respondo.

COMPARE OS PREÇOS NAS LOJAS ONLINE

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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Participação na RPGCON II SP – 3 e 4 de julho >> confira os horários


Galera, para aqueles que perguntaram sobre a minha participação na RPGCON II SP, os meus horários serão os seguintes:

- Sábado, às 11h40, Espaço dos Escritores: autógrafos

- Sábado, às 14h, Auditório: mesa redonda (debate)

- Domingo, às 12h30, Auditório: palestra RPG e Literatura

Na palestra sobre RPG e Literatura dividirei o espaço com o escritor e amigo Raphael Draccon (@raphaeldraccon), da série de sucesso "Dragões de Éter". Saiba mais aqui.

E uma boa notícia! Haverá exemplares de “A Batalha do Apocalipse”, edição da Record, à venda no local, para os que tiverem interesse ;-)

O RPGCON II SP acontece nos dias 3 e 4 de julho, no colégio Notredame de São Paulo, próximo ao metrô Sumaré – Rua Alegrete, 168.

Para saber mais, visite o site do evento, aqui!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Elogios e críticas sobre o final de Lost – spoilers aos tubos


Terminei esta semana de assistir à sexta temporada de Lost, atrasado, mas nem tanto. Desta vez, não resisti e copiei os arquivos do amigo Danilo Carneiro (@DaniloCarneiro), devorando a série em apenas um fim de semana. Abaixo, minha opinião sobre o final do programa.

PURGATÓRIO

O nosso pior pesadelo se concretizou. Lost acabou como todos temíamos, e como os produtores prometeram que não terminaria: os personagens estavam mortos!

Não mortos no acidente, mas o efeito foi o mesmo. Se todos chegariam àquele mesmo destino, de que valeu PARA A ILHA todas as provações pelas quais eles passaram? Não seria melhor todos morrerem na 1ª temporada, como Shannon e Boone, uma vez que terminariam no mesmo ponto final?

O último episódio deixa claro que tudo o que foi feito PELA ILHA e pelos 40 sobreviventes foi em vão. Serviu, sim, para REDIMIR cada protagonista de seus traumas e pecados. Assim, a ilha acabou sendo exatamente um purgatório, nada mais do que isso, portanto a premissa de que todos morreram na queda do 815 é de certa forma verdadeira, embora os produtores tenham negado isso veementemente.


OS MÉRITOS DE LOST

Antes de metralhar a sexta temporada, vamos falar um pouco sobre as coisas boas que Lost nos deixou. Não há como negar: a série já é um clássico. E o que é ser um clássico? É aquilo que inspira e lança tendências. Lost foi a grande série dos anos 2000, assim como Arquivo X e Friends foram os destaques dos anos 90.

Alguns dizem que se arrependeram de ter assistido seis temporadas após ver a conclusão “bizonha” que o seriado teve. Eu digo com toda a certeza de que não me arrependi. Lost teve mais méritos do que defeitos – e talvez o erro crucial tenha sido essa propaganda de que os “produtores sabiam de tudo”. Essa premissa acabou se revelando mentirosa e só serviu para elevar as expectativas – que se transformaram em decepção para muitos.

Mistérios e Conflito – Lost teve o mérito de nos colar à televisão, talvez como nenhum outro programa. Isso se deve a dois fatores. Primeiro, pelos mistérios não respondidos, que nos obrigavam a botar a cabeça para trabalhar e criar nossas próprias teorias. Mas principalmente por que a série tinha CONFLITO.

No jargão literário, conflito NÃO significa briga, lutas, combate. Diz respeito a situações conflitantes em todos os níveis: religião x ciência, homem x natureza, sobreviventes x dharma, dharma x hostis, sobreviventes x fumaça, além dos conflitos internos de cada personagem.

Galera, uma boa história precisa de CONFLITO, e foi isso o que fez Lost ser um grande sucesso. O resultado do conflito é a TENSÃO, é o que nos fazia roer a unha aguardando o próximo episódio e imaginar qual seria o desenrolar de determinada trama ou situação.

Colcha de retalhos – Outro mérito foi a forma primorosa como os roteiristas encaixaram tantas referências da cultura pop, principalmente de peças dos anos 50, 60, 70 e 80. Não raro alguém chega para mim dizendo que a série foi “baseada” em determinado livro ou filme que viu. No meu caso, faço o incrível paralelo com o seriado Elo Perdido (década de 70), que conta a história de uma família que cai numa dimensão alheia ao espaço-tempo e fica presa em um loop temporal, o que a impede de voltar para casa. Também me lembra a série de jogos de computador Myst e Riven, com suas ilhas carregadas de eletromagnetismo e instruções em livros áudio-visuais.


NÃO FALTARAM RESPOSTAS, FALTOU COERÊNCIA

Agora os disparos. Guns blazing. Saiba o que me fez ficar decepcionado com o fim de Lost.

Incoerências – Falou-se muito na falta de respostas. Eu acho que os fãs na verdade não queriam respostas. Assim como eu, eles queriam ver uma história com COERÊNCIA, e isso realmente faltou.

Não era necessário, por exemplo, explicar o que era a fumaça (a explicação mística da quinta temporada já bastava). Não era preciso dar respostas óbvias, mas era imperativo, SIM, SUGERIR ideias que fizessem sentido.


Fumaça – Por exemplo, se Ilana falou que a fumaça só podia projetar a forma de gente morta, como ela assume a imagem de Walt? Se a fumaça não podia sair da ilha, como ela aparece para Jack no hospital, como Christian Shephard? E se não era a fumaça, por que o detector de fogo apitou? Ou será que Jack podia ver fantasmas, como o Hurley? Quando isso é sugerido?

A luz – E a luz. Por que os sobreviventes não conseguiam vê-la antes? Tudo bem que isso não precisava ser dito para o público, mas a incoerência é que os personagens iriam querer saber – e nem sequer perguntaram!

Cerca sônica – Mas a pior das incoerências ainda diz respeito ao “monstro”. Tudo bem a cerca sônica impedir o ingresso de uma criatura mística – bizarro, mas tudo bem. Agora, porque a maldita fumaça simplesmente não SOBREVOAVA a cerca?


Impossível destacar todos os “furos” que ficaram no caminho. Neste ponto, deixa a nova trilogia de Star Wars no chinelo.

ANÁLISE DAS TEMPORADAS

As respostas dadas na sexta temporada deixaram claro que a série seguiu o seguinte processo.

Primeira temporada – os produtores não sabiam o rumo que a série iria tomar, mas tinham uma linha-mestra, que provavelmente teria a ver com espaço-tempo e universos paralelos. Mais nada. Estabeleceu-se aqui uma identidade narrativa (flashbacks, conflitos, tensão, mistérios), que prosseguiria a mesma até o fim.


Segunda temporada – Para mim, a melhor. Aqui teve origem a mitologia de Lost, e os roteiristas começaram a definir que rumos a história tomaria. Foi criada a Dharma e introduziu-se novos personagens, como os sobreviventes da cauda. A escotilha foi a grande estrela deste período, bem como o conflito e o misticismo envolvendo “Os Outros”.

Terceira temporada – Sem data para encerrar a série, os produtores começaram a enrolar. O tema central escolhido para movimentar a temporada foi a Dharma e sua atividade na ilha. Aqui os roteiristas começaram a trilhar um caminho mais próximo à ficção científica, com as estações de pesquisa e as sugestões de viagem no tempo, incluindo o vídeo de orientação da Orquídea, lançado na ComicCon (veja aqui).


Quarta temporada – Definido que haveria seis temporadas, a tarefa agora era desenrolar o novelo e desatar os nós. Com a chegada da tripulação do cargueiro e a saída de alguns personagens da ilha, o programa tomou uma outra dimensão, com corporações por trás dos eventos, e assumiu uma linha mais mística, mostrando que a ilha também tinha poderes sobrenaturais no mundo exterior (impedindo que Michel se matasse, por exemplo).

Quinta temporada – Toda a quinta temporada foi um ensaio para levar os personagens ao ponto onde a sexta começaria. Aqui eles definiram como tudo ia terminar, e precisavam obrigar os heróis a sair de um ponto e chegar ao outro, a qualquer custo, resultando em situações improváveis. A decisão de explodir a bomba foi forçada ao extremo. Os outros 40 sobreviventes morreram, sumiram ou simplesmente foram esquecidos em meio aos saltos temporais (a exceção é Rose e Bernard). O que uma bomba de hidrogênio estava fazendo na ilha? Estava a bordo de algum navio? Não era qualquer navio de guerra que carregava bombas atômicas da década de 50. É possível? Sim, mas forçado.


SEXTA TEMPORADA – A tarefa de desfazer o novelo que não havia sido desenrolado em duas temporadas acabou jogada para a sexta. O resultado foram decisões fáceis e ridículas para problemas complexos. Exemplos. De todas as explicações para o Black Rock aparecer na selva, usaram a mais óbvia: um tsunami. A estátua gigante foi destruída pelo impacto de um navio de madeira (ahã?). Desmond sobreviveu à explosão da escotilha por ser “resistente ao magnetismo”. Como assim? Super-herói? E o Mr. Eko. E Charlie? Se fosse isso eles também teriam morrido, uma vez que estavam nos corredores quando tudo veio aos ares, e não fora da estação.

METÁFORAS #FAIL

A proposta de entender o fim da série como uma metáfora também não faz sentido. Antes, vamos entender o que é uma metáfora.

A metáfora pega uma situação concreta, do mundo real, que o espectador pode entender, e a lança à luz de um entendimento maior. Por exemplo, quando a Bíblia diz que devemos “separar o joio do trigo”, a mensagem serve para comunicar o agricultor da época que ele deve pegar o que é bom e se livrar do que é mal.


Não há metáforas no fim de Lost, pois não existem situações concretas. O que existem são teorias, que o público formula livremente, mas sem qualquer base no real.

Se QUALQUER TEORIA, sobre QUALQUER COISA pode se encaixar no final de Lost, isso não é bom, porque não há sugestões dos produtores sobre nada concreto.

Lost Valeu! - No final das contas, Lost valeu. Até mesmo a sexta temporada valeu. E valeu principalmente para a gente entender que às vezes o que vale não é o destino, mas sim a jornada para alcançá-lo.

LINKS

» Vídeo de orientação da Estação Orquídea
» Nerdcast 210 - LOST: 5 teorias antes do fim

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Porque a cavalaria foi a principal arma da Idade Média?

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A resposta é simples: por causa do uso do ESTRIBO, que era totalmente desconhecido pelos antigos romanos! Não adianta ter uma lança e, ao usá-la, ser arremassado para trás. O estribo deu apoio aos soldados e permitiu o nascimento da cavalaria medieval.

PARA SABER MAIS

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Filosofia Nerd com layout novo - pero no mucho

Galera,

Há muito tempo que eu queria dar uma melhorada no layout do Filosofia Nerd, não apenas pra deixá-lo mais agradável, como também para tornar mais prática a navegação.

Sábado me encontrei com o amigo Mario Cavalcanti (@mariocavalcanti), editor do site Jornalistas da Web e fera na personalização de blogs. Ele tentou me convencer a migrar para o Wordpress, mas eu disse que, para o que eu queria, umas poucas alterações já seriam suficientes.

O Filosofia Nerd não pretende, por enquanto, ser nenhum blog “profissional”, e sim apenas um espaço para eu descarregar as minhas ideias, textos e artigos. Assim, optei por uma mudança simples, que tornasse o acesso aos links e canais mais agradáveis.

Com isso, espero atualizar a página com mais frequência. Tentarei manter o ritmo de pelo menos uma postagem por semana.

Deixem aqui seus comentários com as críticas sobre o layout (ainda posso ajustar). Coloquei também uma enquete no lado esquerdo para quem acha mais rápido clicar do que escrever.

Espero que gostem :-)

sábado, 24 de abril de 2010

Dossiê Excalibur – Conheça as várias versões da lenda do Rei Arthur


Quem nunca ouviu falar da lenda do Rei Arthur e de sua espada mágica? Qual garoto nunca sonhou em ser um cavaleiro da Távola Redonda, lutar contra dragões e salvar belas donzelas indefesas?

Ao longo dos séculos, as célebres aventuras arturianas emocionaram e inspiraram milhões de pessoas ao redor do mundo. Mas, como um mito inicialmente britânico foi capaz de tocar tanta gente, e por tanto tempo?

As lendas de Excalibur e do Cálice Sagrado não são apenas britânicas, são universais. Elas influenciaram imensamente toda a literatura ocidental e teceram as bases para a formação do caráter do herói como nós o conhecemos hoje.

JORNADA PAGÃ, HERÓI CRISTÃO

Em muitos aspectos, os trovadores medievais resgataram o estilo grego de contar histórias. Reaprenderam a clássica jornada do herói e voltaram a trabalhar com arquétipos – o guerreiro, a donzela, o mago, o pirata... esses modelos são tão antigos quanto Édipo e a Esfinge.

Mas o mundo medieval não abrigava mais uma sociedade pagã. Desta forma, o protagonista precisou ser reinventado. O herói deixou de ser o semideus helênico, inconseqüente e arrogante, para se tornar o guerreiro cristão, honrado e humilde.

Arthur acabou se tornando um desses novos heróis, um homem que, como muitos bretões, teve antepassados pagãos, mas deixou de venerá-los para aceitar os valores da Igreja.

O ARTHUR HISTÓRICO

Hoje, com as recentes descobertas arqueológicas, a idéia de um "Arthur histórico" vem ganhando força. A verdade, porém, é que sabemos quase nada sobre a face "real" do suposto monarca.

O principal fator que dificulta as pesquisas é a época em que Arthur teria vivido. Por volta do ano 500 d.C., a Bretanha e a maior parte da Europa Ocidental estavam mergulhadas no caos. A unidade do Império Romano havia entrado em colapso, e a Igreja ainda não era suficientemente forte para manter uma autoridade total. A maioria das cidades foi abandonada, as pessoas se mudaram para o campo e a muitas evidências e relatos foram perdidos.

Os historiadores acreditam que houve na Bretanha um homem importante chamado Arthur – provavelmente um general ou um rei – pelo simples fato de que, naquela época, muitas crianças foram batizadas com este nome. Vale lembrar que, até hoje, as pessoas têm o costume de dar aos seus filhos nomes de pessoas famosas.

Uma hipótese razoável sobre o Arthur histórico sustenta que ele foi um chefe militar chamado Artorius Riothamus, conhecido também como “O Último Romano”, uma figura que teria conseguido expulsar os invasores saxões (por algum tempo) e unificar os domínios da região.

ARTHUR DOS MITOS

Parece um consenso que quase ninguém (nem mesmo os britânicos) está preocupado se Arthur realmente existiu. O filme "Excalibur", de John Boorman, expressa esse sentimento de forma magnífica ao defender que o Rei e a terra “são um só”. Arthur, sua espada mágica, os cavaleiros, a távola e o Santo Graal existem como ícones imaginários, modelos, e não devem ser entendidos como elementos do mundo real.

Uma prova muito clara disso é que as lendas arturianas se passam em um cenário muito diferente àquele do ano 500. O palco dessas aventuras parece estar mais de acordo com um período posterior – a Baixa Idade Média (algo entre os séculos XI e XIV), época em que a própria lenda começou a ganhar força e popularidade.

O Arthur mítico se encaixa muito melhor em uma Europa fantástica, que só existe mesmo na imaginação das pessoas.

SÓ PARA RELEMBRAR

De acordo com a lenda, Arthur foi uma criança de sangue nobre que não tinha a menor idéia de sua verdadeira identidade. Certa vez, Uther Pendragon, obcecado por possuir a dama Igraine, esposa do Duque Gorlois da Cornualha, pediu ao mago Merlim que fizesse um encantamento que o tornasse igual ao duque.

Desta forma, Uther conseguiu ter sua noite com a moça, mas o feiticeiro exigiu um preço: o fruto de sua luxúria. Quando Arthur nasceu, então, Merlim veio buscá-lo, e o entregou ao cavaleiro Sir Ector para que fosse criado como filho adotivo.

Arthur cresceu como escudeiro de Ector. Aos 15 anos, enfim, ele encontrou a espada Excalibur e conseguiu removê-la da pedra, tornando-se assim rei legítimo.

Mais tarde, o monarca se casaria com Guinevere, seu único e verdadeiro amor, a mulher que iria trai-lo com o seu melhor amigo – Sir Lancelot.

Arthur sofreu, e com isso toda a terra adoeceu junto com ele. Iniciou-se assim a busca pelo Santo Graal, o Cálice Sagrado que traria a vida de volta ao rei e ao seu povo.

METÁFORAS E ALEGORIAS

Perceba que, como todo mito, as lendas arturianas são carregadas de alegorias.

A subtração do bebê Arthur por Merlim é uma metáfora que nos ensina que para tudo há um preço, especialmente quando estamos dispostos a ignorar a todos para alcançar nossos objetivos.

O Arthur escudeiro pensa ser um simples plebeu, mas na verdade possui aquele “algo especial”, que no caso é o sangue real. Como ele, nós somos pessoas comuns, somos seres humanos normais que vivemos constantemente tentando ser especiais. Em nossas histórias, somos sempre os heróis.

Quando sofremos uma grave ferida emocional, parece que não só nós, mas o mundo inteiro desaba, tal qual o reino de Arthur, assolado pela tristeza depois da traição de Guinevere.

Mas a busca ao cálice pelos cavaleiros da Távola Redonda nos mostra que podemos sempre encontrar amigos que nos ajudarão a trilhar a árdua jornada rumo ao Graal, o elixir que nos trará de volta à vida e restabelecerá nossas forças.

ARTHUR NA LITERATURA

Os mitos arturianos começaram a se popularizar já no século XII, mas a referência literária mais antiga e provavelmente a mais segura sobre o tema é o livro "Le Morte d'Arthur", de Sir Thomas Malory, publicado em 1485.

Visto aos olhos de hoje, Le Morte d'Arthur não é uma leitura aprazível. É um livro confuso e antiquado, mas é também um material precioso para estudiosos e curiosos.

Romances continuaram a ser lançados ao longo dos anos, em muitos idiomas diferentes, mas foi no século XX que coisa tomou proporções magnânimas.

Uma das séries mais célebres do nosso tempo é "As Brumas de Avalon", de Marion Zimmer Bradley, que explorou o ponto de vista feminino da saga.

Outra autora, Mary Stewart, contribuiu com uma trilogia dedicada a Merlim (A Caverna de Cristal, As Colinas Ocas, O Último Encantamento).

Mais recentemente, o escritor britânico Bernard Cornwell ficou famoso por recontar a lenda utilizando o prisma histórico e colocando o Rei Arthur no cenário “real” do século V.

ARTHUR NO CINEMA

O cinema também soube explorar a popularidade do tema. O melhor filme já feito sobre o Rei Arthur é sem dúvida "Excalibur" (1981), de John Boorman, uma bela homenagem ao mito.

Uma visão totalmente adversa pode ser conferida no razoável "Rei Arthur" (2004), o longa com Clive Owen e Keira Knightley que retrata Arthur como o guerreiro romano que ele realmente pode ter sido.

Outro filme mais voltado para o mito, porém menos fantástico, é "O Primeiro Cavaleiro" (1995), com Sean Connery e Richard Gere, livremente inspirado na obra do poeta francês Chrétien de Troyes (século XII).

Outras produções mais antigas também são digas de nota.

"Knights of the Round Table" (1953), com Robert Taylor e Ava Gardner, é outra visão baseada no livro de Malory.

A 20th Century Fox também lançou uma versão cinematográfica da história em quadrinhos do "Príncipe Valente" em 1954, uma película dirigida por Henry Hathaway.


Os comentários postados aqui serão respondidos em ÁUDIO (ou não)!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Conheça as incríveis placas nerds de Pablo Sica

Conheci o Pablo Sica na Campus Party 2010. Uma figura barbuda, com cara de guerrilheiro cubano, que andava para cá e para lá com placas adesivas exibindo reconhecidos símbolos nerds universais.

A primeira imagem que eu vi na mão dele foi uma figura do Gandalf, com os dizeres “You Shall Not Pass!”. Na época eu estava montando o meu escritório e perguntei a ele como deveria fazer para comprar tais placas. Para a minha surpresa, uma semana depois, recebi cinco placas na minha casa, sem pagar nada por isso.

Outras placas nerds.

Pablo é um jovem empresário com tino para o negócio. Ele sabia que precisava abrir mão do lucro nesta etapa inicial para conquistar novos clientes. Bom, pelo menos conquistou a mim!

Na entrada social da minha casa: o símbolo da Estação Chama.

Hoje, ele vende essas placas pela internet, no site dele. Algumas imagens são originais, outras são reproduções de desenhos famosos. Quem não quer ter os ícones das Estações Dharma na porta do quarto? Ou um alerta contra zumbis? O mérito de Pablo foi conseguir enxergar este nicho e investir no seu sonho.

Porta da cozinha. Minha empregada achou que fosse "coisa de feng shui"

Não estou ganhando um único tostão por este post. Mas tenho orgulho de fazer propaganda de um produto de altíssima qualidade, com preço justo e comercializado por um nerd como nós. Quem se interessar, vale MUITO adquirir algumas placas. Eu tenho várias aqui em casa e posso garantir que são fodásticas!!! E todas já vem com fita adesiva para fixar.

COMPRE AS PLACAS NERDS

» Site de Pablo (vendas)
» Placas Dharma
» Outras placas nerds
» Siga o Pablo no Twitter (@pablosica)

terça-feira, 13 de abril de 2010

Clube do Livro de ABdA se encerra com troca de experiências e promoção especial


Terminou nesta segunda-feira, 12, a edição do Clube do Livro de “A Batalha do Apocalipse”, uma iniciativa da rede social O Livreiro.

Ao longo de 5 semanas, trocamos experiências e ideias não só sobre o universo da obra, mas também sobre literatura fantástica e RPG. Conversamos em chats semanais, conhecemos pessoas bacanas e pusemos no ar uma promoção que presenteou os vencedores com exemplares de ABdA e outras publicações.

A página do Clube do Livro permanecerá online por mais uma semana, para quem quiser saber como foram estas semanas de bate-papo. As discussões continuarão na comunidade do livro no Livreiro.

Para quem teve a oportunidade de participar, eu agradeço a empolgação e aviso que foi um prazer para mim conversar diariamente com os leitores, seja no Chat ou nos fóruns. Espero que continuemos em contato!

LINKS

» Clube do Livro ABdA
» Comunidade ABdA no Livreiro
» Comunidade Jovem Nerd no Livreiro
» Rede social O Livreiro
» Vencedores da promoção
» Teste: que personagem de ABdA você é?
» Teste: qual é a sua casta de anjos?