Mostrando postagens com marcador História. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador História. Mostrar todas as postagens

sábado, 24 de abril de 2010

Dossiê Excalibur – Conheça as várias versões da lenda do Rei Arthur


Quem nunca ouviu falar da lenda do Rei Arthur e de sua espada mágica? Qual garoto nunca sonhou em ser um cavaleiro da Távola Redonda, lutar contra dragões e salvar belas donzelas indefesas?

Ao longo dos séculos, as célebres aventuras arturianas emocionaram e inspiraram milhões de pessoas ao redor do mundo. Mas, como um mito inicialmente britânico foi capaz de tocar tanta gente, e por tanto tempo?

As lendas de Excalibur e do Cálice Sagrado não são apenas britânicas, são universais. Elas influenciaram imensamente toda a literatura ocidental e teceram as bases para a formação do caráter do herói como nós o conhecemos hoje.

JORNADA PAGÃ, HERÓI CRISTÃO

Em muitos aspectos, os trovadores medievais resgataram o estilo grego de contar histórias. Reaprenderam a clássica jornada do herói e voltaram a trabalhar com arquétipos – o guerreiro, a donzela, o mago, o pirata... esses modelos são tão antigos quanto Édipo e a Esfinge.

Mas o mundo medieval não abrigava mais uma sociedade pagã. Desta forma, o protagonista precisou ser reinventado. O herói deixou de ser o semideus helênico, inconseqüente e arrogante, para se tornar o guerreiro cristão, honrado e humilde.

Arthur acabou se tornando um desses novos heróis, um homem que, como muitos bretões, teve antepassados pagãos, mas deixou de venerá-los para aceitar os valores da Igreja.

O ARTHUR HISTÓRICO

Hoje, com as recentes descobertas arqueológicas, a idéia de um "Arthur histórico" vem ganhando força. A verdade, porém, é que sabemos quase nada sobre a face "real" do suposto monarca.

O principal fator que dificulta as pesquisas é a época em que Arthur teria vivido. Por volta do ano 500 d.C., a Bretanha e a maior parte da Europa Ocidental estavam mergulhadas no caos. A unidade do Império Romano havia entrado em colapso, e a Igreja ainda não era suficientemente forte para manter uma autoridade total. A maioria das cidades foi abandonada, as pessoas se mudaram para o campo e a muitas evidências e relatos foram perdidos.

Os historiadores acreditam que houve na Bretanha um homem importante chamado Arthur – provavelmente um general ou um rei – pelo simples fato de que, naquela época, muitas crianças foram batizadas com este nome. Vale lembrar que, até hoje, as pessoas têm o costume de dar aos seus filhos nomes de pessoas famosas.

Uma hipótese razoável sobre o Arthur histórico sustenta que ele foi um chefe militar chamado Artorius Riothamus, conhecido também como “O Último Romano”, uma figura que teria conseguido expulsar os invasores saxões (por algum tempo) e unificar os domínios da região.

ARTHUR DOS MITOS

Parece um consenso que quase ninguém (nem mesmo os britânicos) está preocupado se Arthur realmente existiu. O filme "Excalibur", de John Boorman, expressa esse sentimento de forma magnífica ao defender que o Rei e a terra “são um só”. Arthur, sua espada mágica, os cavaleiros, a távola e o Santo Graal existem como ícones imaginários, modelos, e não devem ser entendidos como elementos do mundo real.

Uma prova muito clara disso é que as lendas arturianas se passam em um cenário muito diferente àquele do ano 500. O palco dessas aventuras parece estar mais de acordo com um período posterior – a Baixa Idade Média (algo entre os séculos XI e XIV), época em que a própria lenda começou a ganhar força e popularidade.

O Arthur mítico se encaixa muito melhor em uma Europa fantástica, que só existe mesmo na imaginação das pessoas.

SÓ PARA RELEMBRAR

De acordo com a lenda, Arthur foi uma criança de sangue nobre que não tinha a menor idéia de sua verdadeira identidade. Certa vez, Uther Pendragon, obcecado por possuir a dama Igraine, esposa do Duque Gorlois da Cornualha, pediu ao mago Merlim que fizesse um encantamento que o tornasse igual ao duque.

Desta forma, Uther conseguiu ter sua noite com a moça, mas o feiticeiro exigiu um preço: o fruto de sua luxúria. Quando Arthur nasceu, então, Merlim veio buscá-lo, e o entregou ao cavaleiro Sir Ector para que fosse criado como filho adotivo.

Arthur cresceu como escudeiro de Ector. Aos 15 anos, enfim, ele encontrou a espada Excalibur e conseguiu removê-la da pedra, tornando-se assim rei legítimo.

Mais tarde, o monarca se casaria com Guinevere, seu único e verdadeiro amor, a mulher que iria trai-lo com o seu melhor amigo – Sir Lancelot.

Arthur sofreu, e com isso toda a terra adoeceu junto com ele. Iniciou-se assim a busca pelo Santo Graal, o Cálice Sagrado que traria a vida de volta ao rei e ao seu povo.

METÁFORAS E ALEGORIAS

Perceba que, como todo mito, as lendas arturianas são carregadas de alegorias.

A subtração do bebê Arthur por Merlim é uma metáfora que nos ensina que para tudo há um preço, especialmente quando estamos dispostos a ignorar a todos para alcançar nossos objetivos.

O Arthur escudeiro pensa ser um simples plebeu, mas na verdade possui aquele “algo especial”, que no caso é o sangue real. Como ele, nós somos pessoas comuns, somos seres humanos normais que vivemos constantemente tentando ser especiais. Em nossas histórias, somos sempre os heróis.

Quando sofremos uma grave ferida emocional, parece que não só nós, mas o mundo inteiro desaba, tal qual o reino de Arthur, assolado pela tristeza depois da traição de Guinevere.

Mas a busca ao cálice pelos cavaleiros da Távola Redonda nos mostra que podemos sempre encontrar amigos que nos ajudarão a trilhar a árdua jornada rumo ao Graal, o elixir que nos trará de volta à vida e restabelecerá nossas forças.

ARTHUR NA LITERATURA

Os mitos arturianos começaram a se popularizar já no século XII, mas a referência literária mais antiga e provavelmente a mais segura sobre o tema é o livro "Le Morte d'Arthur", de Sir Thomas Malory, publicado em 1485.

Visto aos olhos de hoje, Le Morte d'Arthur não é uma leitura aprazível. É um livro confuso e antiquado, mas é também um material precioso para estudiosos e curiosos.

Romances continuaram a ser lançados ao longo dos anos, em muitos idiomas diferentes, mas foi no século XX que coisa tomou proporções magnânimas.

Uma das séries mais célebres do nosso tempo é "As Brumas de Avalon", de Marion Zimmer Bradley, que explorou o ponto de vista feminino da saga.

Outra autora, Mary Stewart, contribuiu com uma trilogia dedicada a Merlim (A Caverna de Cristal, As Colinas Ocas, O Último Encantamento).

Mais recentemente, o escritor britânico Bernard Cornwell ficou famoso por recontar a lenda utilizando o prisma histórico e colocando o Rei Arthur no cenário “real” do século V.

ARTHUR NO CINEMA

O cinema também soube explorar a popularidade do tema. O melhor filme já feito sobre o Rei Arthur é sem dúvida "Excalibur" (1981), de John Boorman, uma bela homenagem ao mito.

Uma visão totalmente adversa pode ser conferida no razoável "Rei Arthur" (2004), o longa com Clive Owen e Keira Knightley que retrata Arthur como o guerreiro romano que ele realmente pode ter sido.

Outro filme mais voltado para o mito, porém menos fantástico, é "O Primeiro Cavaleiro" (1995), com Sean Connery e Richard Gere, livremente inspirado na obra do poeta francês Chrétien de Troyes (século XII).

Outras produções mais antigas também são digas de nota.

"Knights of the Round Table" (1953), com Robert Taylor e Ava Gardner, é outra visão baseada no livro de Malory.

A 20th Century Fox também lançou uma versão cinematográfica da história em quadrinhos do "Príncipe Valente" em 1954, uma película dirigida por Henry Hathaway.


Os comentários postados aqui serão respondidos em ÁUDIO (ou não)!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Conheça mais sobre a história da Terra Santa e a origem do conflito árabe-israelense

Bandeira israelense hasteada em assentamentos na Cisjordânia. Foto: Reuters

A publicação do NerdCast 191: Os santos pecados das Cruzadas, nesta sexta-feira, despertou o interesse de alguns dos meus seguidores no Twitter para conhecer mais sobre a história da Terra Santa.

Batendo papo com o ilustrador Leandro Caracciolo, lembrei que eu havia feito, em 2002, minha monografia de final de curso (Jornalismo) justamente sobre a história do Oriente Médio e a gênese do conflito árabe-israelense.

Para quem gosta do tema, o trabalho, apesar de simplório, pode ser uma boa introdução para entender porque Jerusalém sempre foi, e talvez sempre será, o barril de pólvora do mundo.

Advertência: Este texto acadêmico baseia-se em fatos ocorridos até o ano de 2001. Muitos outros acontecimentos e perspectivas para a região já foram alterados até a presente data.

» Baixe aqui a monografia (.pdf)
» Escute o NerdCast 191: Cruzadas

Agradecimentos pela idéia do post: Leandro Caracciolo (@caracciolo)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A chave para Praga: a última fronteira comunista

Assista à primeira parte do vídeo aqui

No início de 2008, quando comecei a planejar a minha viagem à Europa, me deparei com um impasse: qual país deveria escolher? Como não tinha muito dinheiro, optei por me hospedar em albergues e hotéis baratos, porque só assim seria capaz de visitar mais de um país numa mesma “aventura”.

Desde a primeira vez que estive no Velho Continente, sempre ouvia as pessoas falando de Praga. E eu pensava: por que? Por que a capital da República Tcheca desperta tanto fascínio e atrai tantos turistas - europeus e do resto do mundo?

Eu e Afonso Tresdê. Ao fundo, a famosa Ponte Carlos.

Pouca gente sabe, mas Praga sobreviveu quase intacta aos pesados bombardeios que assolaram a Europa durante a II Guerra Mundial. Isso significa que praticamente tudo o que você vê lá é original: castelos, pontes, igrejas, praças.

Além disso, a então Tchecoslováquia foi, durante toda a Guerra Fria, um dos poucos países sob influência comunista que recebia visitantes ocidentais com relativa flexibilidade. Praga era a porta de entrada para o Leste Europeu, a última fronteira entre o mundo capitalista e as repúblicas da Cortina de Ferro.


Fachada do Museu Nacional, na Praça São Venceslau (Cidade Nova)

Outra coisa que me influenciou na decisão de conhecer a República Tcheca foi a presença do nosso amigo Afonso Tresdê. Trocamos alguns emails e ele me convenceu a encontrá-lo lá, prometendo me receber no aeroporto – não importa o estado mental ou físico que estivesse.

Foi por isso que, na manhã de 20 de junho de 2008, eu tomei um avião em Amsterdã, onde estava, com destino à terra da cerveja e das marionetes.

ATRAÇÕES NERDS EM PRAGA

Ficar aqui relatando cada atração turística de Praga seria perda de tempo. Primeiro, porque este não é um blog de turismo; segundo, porque você pode achar facilmente essas informações em qualquer lugar. Ao invés disso, prefiro falar sobre algumas experiências e lugares de interesse nerd na cidade.

Cerveja – Se você gosta de uma cerva (tudo bem, isso não tem nada de nerd), esse é o lugar. Praga fica na região geográfica conhecida como Boêmia, famosa por suas bebidas fermentadas. A primeira coisa que o Tresdê me ensinou ao chegar na cidade foi a palavra “beer point”. Centenas de quiosques com louras geladas se espalham pelas ruas da capital. Minha dica: procure a “kozel”, cerveja avermelhada. Deliciosa!

Albergues – Os albergues em Praga não são lá muito bons, mas dão para o gasto se você não for muito exigente e só quiser uma cama para dormir. Mas prepare-se: eles não servem café da manhã. Se estiver viajando a dois, prefira um hotel.

O lado curioso foi que consegui em um quarto enorme. Embora quente e barulhento, era o típico cômodo no estilo soviético: construtivista, com pé direito alto e longas janelas com armação de aço, ocupando toda a parede. Pena que não tirei foto.

Cultura soviética – Outra dica bacana é reparar como a influência soviética continua latente em muitos aspectos da cultura tcheca. Praga é uma cidade bem preparada para receber turistas, então você não terá problemas para conversar em inglês com funcionários de bares, hotéis ou museus. Mas ao sair um pouco do centro histórico, é normal encontrar restaurantes e lojas onde ninguém fala uma palavra de inglês, especialmente as pessoas com mais de 40 anos.

Igreja de São Nicolau, na Praça da Cidade Velha.

Além disso, a famosa rispidez russa também é uma realidade aqui. Não que os tchecos sejam mal-educados, mas como nós, brasileiros, temos um comportamento mais expansivo, esta característica local se sobressai (e pode até assustar).

Arquitetura – Não sou nenhum expert em arquitetura. Na verdade, entendo pouco. Mas mesmo um leigo não pode deixar de notar a riqueza e a miscelânea arquitetônica de Praga. Torres góticas convivem lado a lado com igrejas barrocas; palácios renascentistas rivalizam com prédios em art noveau; casas cubistas dividem espaço com pontes românicas.


Relógio da Cidade Velha – Uma das principais atrações de Praga é o relógio da Cidade Velha. Muitas cidades da Europa têm relógios em torres, mas este ficou conhecido por ser o mais belo e perfeito da Boêmia, tanto que, segundo a lenda, os governantes do século XV cegaram o relojoeiro-mestre para que ele não reproduzisse sua obra em outra cidade. O mecanismo conta ainda com um peculiar relógio astronômico, com números arábicos, marcando as órbitas do sol e da lua em torno da Terra.

Teatro Nacional – A elite artística e intelectual sempre foi muito atuante em Praga. Na verdade, foi ela que ajudou a cidade a ser um lugar mais brando durante a Guerra Fria. Praga é a cidade dos teatros, das óperas. Mesmo que você não entenda tcheco, vale a pena assistir a uma peça, ópera ou concerto no Teatro Nacional, ou em qualquer outra casa de espetáculos da região.

Castelo de Praga – O Castelo de Praga não é só um castelo, nem mesmo uma cidadela. É um bairro localizado no ponto mais elevado da cidade. Aqui você vai encontrar, além do castelo em si, várias igrejas, museus, torres, palácios e a Catedral de São Vito. Atenção para o detalhe nerd: a Viela Dourada conta com uma loja que vende (a preços acessíveis) armas medievais, armaduras e action figures de fantasia (cavaleiros, orcs, dragões). Coisa pra enlouquecer qualquer um.

Mosteiro Strahov Ainda no morro do castelo, este mosteiro é um oásis nerd. Ele escapou da extinção em 1783 convertendo-se em um centro de estudos. Aqui estão exemplares de animais bizarros e híbridos (ninguém sabe se são reais ou uma farsa). Além disso, a Sala de Filosofia abriga o mais antigo livro do país, um fac-símile do século IX.

Teatro Negro e marionetes – Praga é também a cidade das marionetes (vendidas em toda parte como souvenir) e do Teatro Negro de Praga, no qual atores maquiados de preto movem objetos contra um fundo escuro, sem serem vistos.

Bairro Judeu – A comunidade judaica sempre foi muito forte em Praga. O Cemitério Judeu é passeio obrigatório, mas duas sinagogas contam com detalhes interessantes. Uma lenda conta que há um golem escondido no telhado da sinagoga Staronová. No século XVI, o rabino Low teria dado vida à criatura por magia, mas a teria inutilizado quando o mostro revelou fúria destruidora.

Pedras sobre os túmulos no Cemitério Judeu: tradição

Já a sinagoga Maisel expõe inigualáveis joias e relíquias israelitas – curiosamente levadas para lá pelos nazistas, durante a ocupação. A intenção dos alemães era (pasmem) criar um museu dedicado ao “povo extinto”.

Parques – Nenhum turista vem ao Brasil sem ir à praia. Assim como nenhum turista deve ir a Praga sem conhecer os muitos parques que cercam a cidade. Numa tarde de verão, esses são os lugares mais agradáveis de estar, onde você pode relaxar na grama, tomar sol e saborear a melhor cerveja do mundo.

Próxima parada, Constantinopla – Ao fim de quatro dias em Praga, parti novamente para o aeroporto, desta vez para tomar um avião para a Turquia e encarar o destino final da minha aventura: a misteriosa cidade de Istambul, a antiga capital do Império Bizantino no ponto mais oriental da Europa... Mas essa jornada fica para um próximo post :-)

QUER SABER MAIS SOBRE PRAGA?

Visite os sites:

» CzechTurism.com (em português)
» Prague.cz (oficial, em inglês)
» Localize Praga no Google Maps

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Afonso3d e eu em Praga, julho de 2008

Em julho de 2008 fiz uma viagem pela Europa e, depois de uma passagem pela legendária Amsterdã, voei para Praga, capital da República Tcheca, onde fui recebido já no aeroporto pelo nosso querido Afonso 3D.

Com um hálito que chegava longe e misturava cerveja e café (acreditem, isso é possível), 3D me guiou pelos principais pontos turísticos da cidade, culminando em um parque no alto de Cidade Velha.

Editei um primeiro vídeo, tosco, como experiência. Se a atração agradar, talvez eu edite mais alguns aqui. Ainda estou tateando para achar um formato legal. Aceito sugestões. A quem interessar possa, tenho usado o Sony Vegas.

» Leia mais sobre a cidade de Praga
» Localize Praga no Google Maps, aqui
» Localize a Praça São Venceslau no mapa

sábado, 4 de abril de 2009

Discos voadores, cinema e cultura pop dos anos 50

Discos voadores, ETs, abduções alienígenas e ufologia em geral são assuntos freqüentemente discutidos em rodas de conversa da comunidade nerd.

Pessoalmente, sempre fui fascinado pelo tema, um tópico tão amplo que seria impossível de ser abordado num único post. Por isso, preferi ser sucinto e, em vez de escrever muito, utilizar links e hipertexto para expandir o artigo.

Outro dia eu estava revendo um episódio do Arquivo X (‘O Ser do Espaço’, 1ª temporada) e me lembrei que certa vez aluguei uma série de filmes de discos voadores dos anos 50 e os assisti em seqüência.

É uma coisa que todo nerd gosta de fazer, e pensando nisso resolvi dividir a minha experiência e compartilhar um pouco do que eu aprendi nessas sessões insanas povoadas por monstros gigantes e aliens gosmentos.

A ERA NUCLEAR

A questão nuclear está quase sempre presente nos filmes de discos voadores da década de 50.

Muitas vezes os ETs eram atraídos ou despertados por atividades atômicas; em outras, eram alimentados por radiação. Não raro, os governos usavam armas nucleares para expulsar os invasores e há também histórias em que alienígenas bonzinhos vinham à Terra alertar os seres humanos para os perigos que corriam (com a manipulação dessa nova tecnologia).

COMEÇANDO...

Como você pode começar a mergulhar nesse universo sideral? Primeiro, entre de sócio para uma boa locadora. No Rio, indico a Paradise Vídeo, em Copacabana. Em Sampa, me recomendaram a 2001, na Av. Paulista.

Em seguida, tenha uma coisa em mente. Você está vendo filmes antigos. São legais, mas é importante entender que o ritmo é outro, a trama é em geral mais inocente e os efeitos, mais toscos. Portanto, se você quer entrar nessa, tem que relaxar para poder se divertir.

SEIS FILMES IMPERDÍVEIS

A película essencial, que é um marco para os filmes de ETs, é O Dia em Que a Terra Parou’, de 1951 (esqueça o de 2008). Ainda em preto e branco, apresenta um extraterrestre bondoso e explora a tensa situação política mundial no auge da Guerra Fria.

Em seguida, assista A Guerra dos Mundos’, de 1953, baseado no romance do mestre H.G. Wells. Pela primeira vez, os aliens aterrissavam na Terra em Technicolor, o que passou a ser uma marca dos filmes do gênero.

A cor era um diferencial comparável aos efeitos especiais de hoje em dia: não garantia uma boa história, mas ajudava a atrair jovens ao cinema – e os jovens eram justamente o público alvo dessas produções.

A seguir, em 1956, outra película clássica foi exibida: A Invasão dos Discos Voadores’ (‘Earth vs. the Flying Saucers’), que contava com as criaturas animadas por Ray Harryhausen (quem não se lembra de ‘Fúria de Titãs’, 1981?).

A técnica de filmar monstros em stop motion (ou quadro a quadro) de Harryhausen deixou os fãs de ficção científica malucos, o que abriu espaço para mais filmes no estilo.

Falando em Ray Harryhausen, também é importante assistir O Monstro do Mar Revolto’ (‘It Came from Beneath the Sea’, 1955) e A 20 Milhões de Milhas da Terra’ (‘20 Million Miles to Earth’, 1957). Embora não sejam exatamente sobre alienígenas, esses filmes captam com perfeição a atmosfera “terror espacial” sobre o qual estamos falando.

Para finalizar, destaco a produção O Horror Vem do Espaço’ (‘Fiend Without a Face’, 1958). Este é um filme de nacionalidade britânica, mas cuja trama se passa em uma base militar nos Estados Unidos.

Apesar de ser um dos mais recentes da leva, foi filmado em PB e, confesso, é um dos que eu mais gosto, talvez por seu caráter histórico. Radiação, perseguição política e Guerra Fria em pauta.

Embora eu esteja esquecendo de muuuuuuuuuuuuita coisa, acho que experimentar esta seleção pode ser uma boa maneira de começar.

Se você, nerd, tiver algum outro bom filme de invasão ou destruição alienígena para recomendar (não precisa ser só dos anos 50), sinta-se à vontade para fazê-lo.

Os pacifistas que me desculpem, mas ainda acho que o melhor a fazer é guardar algumas bombinhas atômicas para o caso de uma invasão. Sempre melhor prevenir :-)

TRAILERS

» O Dia em Que a Terra Parou
» A Guerra dos Mundos
» A Invasão dos Discos Voadores
» O Monstro do Mar Revolto
» A 20 Milhões de Milhas da Terra
» O Horror Vem do Espaço

LINKS

» Nerdcast 112a
» Nerdcast 112b
» Paradise Vídeo
» 2001 Vídeo

MATÉRIAS

» Vídeos mostram registros de ETs
» Conheça os casos mais famosos do Brasil
» ETs são amigos ou inimigos?

quarta-feira, 18 de março de 2009

Os testes atômicos mais insanos da história


A bomba atômica é um assunto que sempre me fascinou (e não estou sozinho). Não é para menos. Sempre imaginei o arsenal nuclear como a arma definitiva da humanidade. Tudo mudou depois que o homem descobriu que podia apertar um botão e destruir o planeta.

No carnaval de 2004 eu e Bluehand nos encontramos na casa do Azaghal para jogar conversa fora (já viu nerd pular carnaval?) e o garoto levou um DVD assustador, só com vídeos de testes nucleares. Ficamos fascinados com o potencial de destruição das bombas, mesmo já sabendo o estrago que um brinquedinho desses faz quando cai.

Outro dia (noite), navegando no YouTube, descobri que a maioria desses vídeos está agora online. Não deu outra: acabei indo dormir só lá pelas 3 da manhã.

Guardei os links, lógico, para compartilhar com quem tenha interesse, e dei uma reciclada nos meus estudos sobre cada filmagem.

Uma das mais impressionantes é a que mostra a detonação da bomba russa Czar. Esta belezinha foi projetada para suportar uma carga de até 100 megatons, mas o teste foi feito “só” com 50. Pra você ter uma idéia, a bomba que caiu em Hyroshima tinha menos de 1 (um) megaton!

O projeto foi posto para escanteio porque os cientistas constataram que a energia destrutiva de uma bomba com mais de 30 megatons poderia queimar (e destruir) a atmosfera. Se liga neste gráfico.


Outro vídeo incrível é o do canhão nuclear. Essa arma (parece um canhão comum) seria utilizada em um campo de batalha, para atacar um exército inimigo a uma distância mais ou menos pequena. Lançava um projétil que continha uma ogiva de potencial razoável. A gravação é impressionante. O canhão dispara, e em segundos você vê o cogumelo à distância, no deserto. Stunning!

Destaque também para uma curta compilação de explosões submarinas e para uma fita de orientação (lembra até os vídeos da Dharma) do governo estadunidense sobre um teste nuclear levado a cabo em 1955.

Coisa de nerd? É! Mas é também história.

Termino este post recomendando fortemente dois filmes indispensáveis sobre guerra nuclear. Um deles é ‘The Day After’ (1983), que muita gente deve conhecer, e ‘Threads’ (1984), que mostra o que teria acontecido se houvesse um ataque atômico na Inglaterra.

Assista todos os vídeos: